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  • Foto: Lakelandarts

    Sem título, n. 5, 1998

    Paula Rego

    Portugal

    Por que a escolha?

    Porque ao abordar tão direta e audaciosamente a representação de um aborto clandestino, ela subverte os parâmetros estéticos com os quais a corporalidade feminina tem sido representada ao longo da história da arte e questiona o olhar do mundo masculino sobre a mulher, e o da mulher sobre si mesma. O olhar fixo, direto, desafiador, mas ao mesmo tempo dolorido e temeroso da mulher em Sem título n. 5, mostra a realidade desoladora vivida pelas mulheres expostas de maneira marginal e solitária a essa situação.

    A artista portuguesa Paula Rego (1935-2022), a primera na história da pintura a abordar o tema do aborto figurativamente, retrata nesta, e em toda a sua obra, realidades invisibilizadas do universo feminino. Sem título n. 5, que faz parte da série Tríptico (1998), dedicada ao aborto clandestino em Portugal, é uma imagem transgressora: pernas abertas, arqueadas; braços e punhos em tensão que sustentam o corpo; força, personalidade, dureza e um halo de animalidade. Esta obra é uma voz de protesto contundente contra o perigo do aborto ilegal e uma clara emancipação da forma em que a mulher tem sido historicamente representada.Em Sem título n. 5, sente-se a tensão entre a força pessoal e a situação social que reprime a mulher. Entretanto, há vitória.

    Ficha técnica

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