Variety, 1983
Beth Gordon
Estados Unidos

Por que a escolha?
Christine está procurando um emprego decente, mas só encontra decepção e assédio. Suas exigências são cada vez menores e ela aceita trabalhos cada vez piores. Um dia, uma amiga sugere que ela trabalhe na bilheteria de um cinema pornô. Christine aceita sem pensar muito. Com o correr do tempo, ela passa por profundas transformações. Fica obcecada por um mafioso que frequenta o cinema. Ignorando o perigo que isso implica, decide segui-lo secretamente por todo lugar, ao mesmo tempo em que começa a sentir um desejo incontrolável e irracional por ele. Além disso, ela vive atormentada por fantasias diurnas em que se projeta como atriz pornô, e sente prazer em atormentar o namorado contando a ele cenas explícitas que vê nos filmes.
Com um estilo direto, tempestuoso e formalmente arriscado, Variety reúne o melhor da vanguarda e do cinema narrativo. Sua política, entre outras coisas, visa banir qualquer ideia de correção política na sexualidade feminina. Sem dúvida, Variety não tem nada a ver com o que a cultura convencional nos acostumou a ver no cinema feminista. Na obra de estreia de Gordon não há nem um único traço de condescendência. Longe do caminho habitual de apontar a violência cotidiana que se abate sobre a mulher, este filme centra-se na rejeição radical das exigências de virtude (de onde quer que venham) que são feitas à sexualidade de uma mulher.
Ficha técnica