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  • Magnolia, 1986

    Graciela Iturbide

    México

    Por que a escolha?

    A série Juchitán de las mujeres é uma das mais extensas da produção fotográfica de Graciela Iturbide (1942) sobre a vida cotidiana das comunidades nativas do México. Em Juchitán, município de Oaxaca – no sul do México e no centro da antiga cultura zapoteca – as mulheres desempenham um papel vital tanto na família quanto na economia regional. Essa série de fotografias mostra a importância e a centralidade da mulher na cultura zapoteca. Entre as fotografias destaca-se o registro dos muxes, que são pessoas que não se identificam com o gênero atribuído ao nascer e sim com o que chamam de um terceiro gênero.

    Essas sociedades indígenas não têm uma concepção binária da sexualidade. Os muxes – estima-se que são cerca de 3.000 – às vezes se transformam fisicamente: mantêm o nome original e até mudam a forma de se vestir. Longe de serem estigmatizadas e criminalizadas, as mulheres trans zapotecas ocupam um lugar peculiar na ordem social e econômica: organizam festas que ativam a circulação de bens regionais e recursos internos da comunidade. Além disso, ao realizar tarefas femininas tão valorizadas pela cultura zapoteca, a identidade muxe é motivo de orgulho, de valor.

    Em um contexto em que a mulher e a diversidade são violentadas e oprimidas, o registro de Graciela Iturbide em Juchitán de las mujeres mostra, convivendo com essas formas de opressão, uma forma diferente de organização social, um lugar que celebra formas plurais de viver e garante justiça.

    Ficha técnica

    Juchitán, Juchitán, México, 1986

    El rapto, Juchitán, México, 1986

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