Por que a escolha?

Por meio do retrato, Maxine Helfman (1953) quebra tradições e estereótipos culturais, buscando corrigir a história para incorporar sujeitos marginalizados em narrativas hegemônicas. Historical correction redefine a raça e o gênero de acordo com as mudanças nas culturas e nos costumes, e com as transformações pelas quais as populações passaram ao longo da história. Essa série reinterpreta a pintura flamenga que a inspirou, com homens e mulheres de cor tomando o lugar da elite de nobres e brancos tradicionalmente retratada.

As mudanças e a transição para normas culturais de maior inclusão e equidade também estão representadas em Recast(e)ing The Future. Nessa série o artista intervém em pinturas usando a sobreposição de imagens para mostrar simbolicamente a transição do passado para o presente e como o processo de desfazer normas culturais leva tempo. “A intervenção é um ato de interrupção, criando espaço para outra possibilidade”, diz Helfman, que em Fabrication intervém nas convenções sociais estipuladas para o vestuário infantil. Nessa produção ele retratou meninos de entre seis e 12 anos vestidos com roupas de menina.

Em seus retratos, Helfman desafia estereótipos e perspectivas sociais para impulsionar transformações que diminuam as distâncias e a desigualdade. “Somos uma espécie visual e ver as coisas apresentadas bem na nossa frente, de uma forma digna (e até bonita), permite que o cérebro as aceite”, conclui.