Por que a escolha?

Sylvia Sleigh (1916-2010) utiliza um clássico da história da arte, O Banho Turco, de Ingres, como referência para instalar corpos masculinos no lugar dos femininos, invertendo assim os papéis atribuídos ao gênero na sociedade em geral e na arte em particular. Em sua pintura O Banho Turco, ela substitui as mulheres anônimas, idealizadas e erotizadas de Ingres por um grupo menor de artistas e críticos de arte conhecidos. Homens reais e identificáveis, individualizados e humanizados. Ao fazê-lo, Sylvia Sleigh se opõe ao anonimato e à coisificação característicos da representação de nus femininos na história da arte. Os seus nus subvertem essa tradição e vão mais longe porque seu trabalho confirma e inclui as mulheres como espectadoras, oferece a elas o prazer do olhar e as assume como sujeitos que desejam. Sob seu olhar feminino, os corpos que emergem são corpos cotidianos, acessíveis e desejáveis ​​por todos.