Call Jane, 2022
Phyllis Nagy
Estados Unidos

Por que a escolha?
Na Chicago dos anos 1960, Joy decide deixar a vida profissional e dedicar sua energia ao cuidado da família e às tarefas domésticas. Ela tem uma filha adolescente e está esperando outro filho. Algo nela parece adormecido, uma força vital foi apaziguada pela vida doméstica, mas uma certa centelha de entusiasmo se deposita na nova vida que ela está gestando. Um dia, ela descobre que um problema cardíaco pode causar sua morte se levar adiante a gravidez e sua vida dá uma guinada significativa. Joy tenta, então, uma autorização para abortar legalmente, mas a junta médica – composta exclusivamente por homens – indefere seu pedido sustentando que existe 50% de probabilidade de sobrevivência do feto.
Diante da desolação por não poder fazer um aborto legal, a faísca que busca a vida se acende nela quando entra em contato com um grupo de pessoas que fazem abortos seguros, mas ilegais. Ao se conectar com esse círculo de solidariedade feminina, seu espírito ativista ganha coragem e deixa a submissão de lado.
Inspirado no Jane Collective, um coletivo de mulheres afiliado à União para a Liberação da Mulher em Chicago, que proporcionava abortos seguros, Disque Jane foca na rede de contenção que as mulheres historicamente criaram para garantir a sua sobrevivência. Em uma época marcada pela incerteza sobre o aborto gerada pela Suprema Corte dos Estados Unidos, o trabalho de Phyllis Nagy adquire especial relevância ao colocar sobre a mesa a história dos obstáculos que as mulheres tiveram que enfrentar para chegar a ter soberania sobre seus corpos.
Ficha técnica