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  • Dakan, 1997

    Mohamed Camara

    Guiné / França

    Por que a escolha?

    Dakan ("destino" em mandingo) começa sem rodeios, mostrando os colegas de escola Sori e Manga beijando-se apaixonadamente em um conversível vermelho. O pai de Sori, um empresário ambicioso, tem um futuro brilhante planejado para o filho. Diante da óbvia relação amorosa entre os jovens, ele aconselha Sori a ter "força de vontade" e ameaça tirá-lo da escola onde todos os dias os amantes se veem e se encontram com os colegas. A mãe de Manga, que após a morte do pai passou a viver só para ele, acha que o filho está louco e o entrega a um curandeiro de sua comunidade para que seja tratado.

    Se os primeiros minutos do filme transmitem uma certa sensação de ingenuidade e amadorismo cinematográfico, mais tarde o filme surpreende e cativa tanto pela densidade temática alcançada, repleta de sutilezas e complexidades, quanto pela sua poética, própria e autêntica. Na cena final, Sori e Manga estão novamente juntos em um carro, abrindo-se ao destino, após cada um deles ter tentado, por muito tempo e sem sucesso, manter um relacionamento com uma mulher.

    Aclamado como o primeiro filme da África Ocidental a explorar a homossexualidade, Dakan estreou em Cannes em 1997, onde foi recebido com uma mistura de rejeição ardente e fascinação, dois sentimentos que acompanhariam o filme por muito tempo. O projeto estava começando quando o governo local retirou o auxílio financeiro devido ao seu tema "polêmico". Esse conflito dificultou a contratação de atores e o próprio diretor acabou interpretando um dos papéis. Mas, com o passar dos anos, o filme tornou-se uma espécie de manifesto de afirmação da identidade negra homossexual tanto no contexto da recepção local quanto na diáspora africana estabelecida na Europa e na América do Norte.

    Dakan certamente marcou uma ruptura significativa com as narrativas tradicionais dos filmes africanos ao ousar explorar abertamente a homossexualidade e abriu caminho para que outros cineastas abordassem temas LGBTQ+ em seus trabalhos.

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