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  • Les résultats du féminisme, 1906

    Alice Guy-Blaché

    França

    Por que a escolha?

    Em sua trajetória como cineasta e produtora independente, Alice Guy-Blaché (1873-1968), com uma filmografia de mais de 600 filmes, chegou a competir com Hollywood e estava à frente de seus contemporâneos e de seu próprio tempo, denunciando a exclusão que as mulheres sofriam no mundo do cinema, que estava se tornando cada vez mais um negócio lucrativo e o meio de comunicação de massa por excelência.

    Neste curta-metragem clássico de 1906, a cineasta pioneira do cinema narrativo imagina, com um tom satírico aguçado, como seria um mundo invertido, “de cabeça para baixo”, onde as mulheres ocupassem o papel socialmente atribuído aos homens e vice-versa. Os cenários são espaços mundanos, públicos e privados, que se transformam devido à inversão dos papéis estereotipados de gênero, com homens fazendo tarefas domésticas, cuidando das crianças, enquanto mulheres de calças compridas ficam fumando e bebendo. As cenas de desejo sexual desenfreado são particularmente expressivas, com os homens sendo submetidos a assédios desagradáveis.

    Embora por vezes tenha sido entendido como tendo uma conotação antifeminista (talvez por causa do título da peça), o curta-metragem apresenta uma operação para desnaturalizar os discursos duplos de gênero da sociedade, a começar pela magnífica ocorrência de sugerir que os homens não tolerariam os maus-tratos sofridos pelas mulheres. Isso leva a uma pergunta que ressoa até hoje: por que então se pretende que as mulheres os tolerem? Ao mostrar os homens unidos por seus direitos no final, a narrativa pode nos levar a validar o feminismo como uma tática legítima, sugerindo sua necessidade.

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