• ES
  • /

  • PT
  • ES
  • /

  • PT
  • Orlando, ma biographie politique, 2023

    Paul B. Preciado

    França

    Por que a escolha?

    Orlando, ma biographie politique abre com uma frase provocativa. Diz Paul B. Preciado: "Virginia Woolf escreveu minha biografia há um século, quando publicou Orlando." Essa é a chave do filme. Não se trata de uma ilustração dramática da obra icônica de Woolf, nem de um documentário sobre o impacto do romance dela. A questão essencial é quais são as rupturas e as continuidades entre a obra canônica de Woolf e a vida do diretor, um homem trans? E, sob outra perspectiva, como levar para o cinema uma obra vital, cuja existência marcou o futuro das políticas identitárias no presente?

    Assim, o filme transcende a vocação informativa dos tópicos queer e se aprofunda na verdadeira política da arte, que tem a ver com a criação de formas capazes de dar conta da complexidade da vida queer, sempre atravessada pela violência institucional, simbólica e física. Preciado materializa essas ideias na tela explorando os pontos cegos e as coincidências do texto de Woolf com o presente, por meio de uma mise-en-scène que nunca esconde seus artifícios e que, principalmente, dá nova vida ao texto por meio de vozes e corpos com as mais diversas biografias.

    No cerne do filme se encontra a identidade sexual (também racial e de classe social) na sua versão mais luminosa: aquela que a aborda sob uma perspectiva política e não ontológica. Essa “adaptação” de Preciado nos lembra que o importante não é o conteúdo de verdade da identidade, mas quem a controla: é uma questão de poder. A luta pela identidade não consiste em descobrir uma essência verdadeira, mas em reivindicar a capacidade de cada indivíduo para determiná-la.

    Assistir ao filme

    Ficha técnica

    ×

    Busca

    Disciplinas

    Categorias