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  • Uma casa de bonecas, 1879

    Henrik Ibsen

    Dinamarca

    Por que a escolha?

    Nora deveria ser considerada uma heroína feminista ou não? Esse é um debate frequente em torno de Uma casa de bonecas de Henrik Ibsen (1928-1906). Para um feminismo intransigente, ela seria muito intranscendente para representar a causa. Para outros, a intenção de Ibsen –como se isso fosse realmente relevante– não era abordar a situação e os direitos das mulheres, mas fazer uma descrição completa e lúcida da humanidade.

    E é justamente essa descrição acabada e lúcida da humanidade que torna Uma casa de bonecas uma obra imprescindível para as mulheres. O que pode servir melhor à causa feminina do que uma descrição da humanidade em que o lugar que as mulheres ocupam se reduz à infantilização, à frivolização, à irracionalidade, à inconsciência política e à irresponsabilidade econômica? Nada melhor do que uma obra em que a heroína, cansada de seu destino, lidera uma fuga memorável.

    A peça, estreada em 21 de dezembro de 1879 no Teatro Real de Copenhague, gira em torno de Nora, mãe de três filhos, casada e feliz, que é chantageada por ter cometido um ato ilegal para favorecer o marido. Ele, ao saber o que ela fez, sem apreciar ou entender esse gesto, a castiga e isola, e essa pressão a leva a tomar consciência do lugar que ela ocupa na família, a deixar tudo e empreender o que seria sua busca pessoal. Porque Ibsen também já sabia: para as mulheres, encontrar-se quase sempre significa fugir.

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