
Autoportrait au chapeau de paille, 1782
Élisabeth-Louise Vigée-Le Brun
França
Por que a escolha?
Élisabeth-Louise Vigée-Le Brun, pintora emblemática da França do século 18, afirmou-se como uma das retratistas mais renomadas e requisitadas da época, sendo a pintora da monarquia francesa antes da revolução, e da nobreza e da intelectualidade europeia anos mais tarde.
A sua formação inicial esteve a cargo do pai, mas este faleceu quando ela tinha 15 anos e ela acabou por se tornar essencialmente autodidata dada a dificuldade de as mulheres terem acesso à academia. Assim, ela começou sua carreira independente e a viver de sua arte. Conseguiu também, excepcionalmente, tornar-se membro da Real Academia de Pintura e Escultura com a obra alegórica La paix ramène l’abondance. Mas Vigée-Le Brun se especializaria no retrato, particularmente no retrato feminino e no autorretrato. Seu estilo particular cativou Maria Antonieta, uma de suas modelos mais frequentes. Em Maria Antonieta em Vestido Chemise ela desmarca a rainha do modelo luxuoso do retrato da corte francesa, apresentando-a com um gesto calmo e um vestido do dia a dia.
Quanto à imagem de si mesma, em Autoportrait au chapeau de paille, inspirado em uma pintura de Rubens, Vigée-Le Brun se projeta segura, olhando para frente e segurando os instrumentos de seu ofício de pintora. Em Madame Vigée-Lebrun et sa fille ela se retrata em um abraço afetuoso com Julie, sua única filha. Para alguns contemporâneos a razão de seu sucesso era sua beleza, e a representação da maternidade foi alvo de críticas no século 20. Vigée-Lebrun construiu sua carreira artística sob o pleno domínio masculino dos séculos 18 e 19. Que condições ela deveria ter somado e quais deveria ter suprimido para passar no teste como artista diante das críticas sexista e feminista? Para Vigée-Lebrun, o seu ser feminino e o seu ser artístico não representavam uma contradição.
Ficha técnica

Madame Vigée-Lebrun et sa fille, 1789
