
God Giving Birth, 1968
Monica Sjöö
Suécia
Por que a escolha?
Com uma produção artística polêmica e desafiadora, Monica Sjöö (1938-2005) lutou pela emancipação de todas as formas de opressão vigentes na sociedade, questionando-as e promovendo a transformação completa das relações humanas.
Assim, a luta pelos direitos das mulheres e pela libertação feminina foram um eixo estrutural do seu trabalho. Artista, escritora, ativista e ecofeminista, Sjöö foi uma figura fundamental do Movimento da deusa, tendência que surgiu a partir da segunda onda do feminismo na década de 1970, fundada na ideia de cuidado e respeito em relação à Mãe Terra. Faixas e cartazes políticos, textos ativistas, desenhos e pinturas moldaram a sua extensa criação, por meio da qual expressou a sua postura crítica contra as estruturas opressoras do poder patriarcal e a necessidade de quebrar os paradigmas femininos que restringiam a sua liberdade.
Backstreet Abortion - Women Seeking Freedom from Oppression e House-Wives são obras em que, com uma mistura de imagens e textos escritos, clama pela autodeterminação feminina em relação à maternidade.
House-Wives parece um apelo à libertação das mulheres do lar e do papel doméstico visto como uma prisão sem destino. O nascimento do seu segundo filho inspirou a criação de uma de suas pinturas mais polêmicas, na época considerada uma blasfêmia, mas hoje convertida em um ícone feminista: God Giving Birth. Nas antigas culturas matriarcais que inspiram Sjöö, a grande mãe era a fonte de toda a vida, a matriz da criação cósmica. Assim, em um claro desafio ao patriarcado, ela representa um deus feminino dando à luz. Anos mais tarde, Sjöö utilizou novamente essa pintura para pronunciar uma frase conclusiva: The Beginning of the End of Patriarchy: o início do fim do patriarcado, uma das suas batalhas inquebrantáveis.
Ficha técnica

House Wives, 1975
