
La Vieille Hélène, 1881-1882
Camille Claudel
França
Por que a escolha?
Transgressora e precursora da escultura no fim do século 19 e início do século 20, Camille Claudel (1864-1943) não só não foi valorizada pelo talento, como a originalidade de sua obra foi questionada pela crítica da época.
La Vieille Hélène foi a obra que a colocou no centro das atenções do mundo da arte parisiense ao ser apresentada no salão de artistas franceses. Um ano depois, a artista começou a trabalhar no ateliê de Auguste Rodin, onde permaneceu por uma década. Os críticos não conseguiram separar sua obra da do seu professor, não reconheceram seu talento próprio e também não reconheceram que essas influências artísticas eram mútuas, como se pode ver em obras como Jeune fille à la gerbe, realizada por Claudel em 1887, cuja semelhança com Galatée, realizada por Rodin em 1888, é irrefutável.
A diferença para julgar as artistas mulheres artistas fica evidente em uma de suas obras mais emblemáticas, La Valse Avec Voile, na qual ela representa a sensualidade de um casal dançando. Essa obra foi censurada pela sua nudez e a artista teve que realizar uma versão coberta por véus, o que não teria acontecido se fosse a obra de um homem. Os temas das obras de Claudel são universais: amor, paixão, perda, abandono. Contudo, a leitura dada a L'Âge mûr é autobiográfica e diretamente associada à relação amorosa da artista com Rodin.
Camille Claudel, como ela mesma afirmou, merecia mais. No entanto, a misoginia do mundo da arte, da sociedade e de sua própria mãe – que a deixou morrer em um sanatório para doentes mentais – não permitiu que isso acontecesse.
Ficha técnica

L'Âge mûr, 1899
