
Maternité, 1969
Alina Szapocznikow
Polônia
Por que a escolha?
A obra de Alina Szapocznikow (1926-1973) dificilmente pode ser enquadrada em uma única linguagem artística. Surrealismo, pop e novo realismo são algumas das linguagens pelas quais circulam suas obras sugestivas. Entretanto, há algo único que persiste e insiste em toda a sua produção: o interesse pelo corpo feminino. Os corpos femininos de Szapocznikow circulam por três vias: a deformação, a fragmentação e a organicidade.
Marcada pela experiência nos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, os fragmentos de corpos construídos por Alina Szapocznikow são uma síntese dos traumas sofridos pelo seu corpo, pelos corpos. Suas esculturas se desintegram, se dissolvem, perecem.
Em outras obras, porém, os fragmentos dos corpos são objetos prontos para serem consumidos e enfatizam a sensualidade e a artificialidade. Alina Szapocznikow constrói então um retrato lúcido da fugacidade do corpo humano e do efêmero de suas experiências, de suas dores, de seus traumas e de sua mercantilização. Convencida de que “de todas as manifestações da impermanência, a do corpo humano é a mais frágil”, Szapocznikow decidiu deixar uma obra que preserva e sustenta a fugaz experiência humana.
Ficha técnica

Human Landscapes, 1966
