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  • Obra negra, 2007-2008

    Johanna Calle

    Colômbia

    Por que a escolha?

    As múltiplas formas de violência presentes em sociedades em conflito, como é o caso da Colômbia, e o impacto dessa violência sobre as mulheres e as meninas é um dos principais temas da obra de Johanna Calle (1965). O desenho e a utilização de materiais variados, como arame, fio, texto impresso e aço, consolidaram a sua linguagem artística e o desenvolvimento de eixos temáticos que incluem, entre outros, estruturas de poder, meio ambiente, línguas indígenas vivas, gênero, violência e conflito.

    Em Obra negra, Calle apresenta as consequências do conflito de seis décadas vivido na Colômbia, que obrigou as mulheres das zonas rurais a se tornarem chefes de família e a se deslocarem do campo para as cidades para criarem os filhos. Nessa série de desenhos, a artista mostra a precariedade e a fragilidade das casas em construção nos bairros marginais das cidades que recebem os deslocados pela violência. Fragilidade que, segundo ela, não reside apenas nas estruturas, mas também nos seus habitantes. As meninas, filhas dessas camponesas, cuidam da casa e dos irmãos quando as mães saem para trabalhar. Essas meninas literalmente carregam sobre elas o peso de suas casas desde muito cedo e, muitas vezes, lembra Calle, são abusadas e engravidam na adolescência. Culpabilizadas e expulsas da casa materna, elas criam os filhos sozinhas e recomeçam, nessa nova geração, o mesmo ciclo que viveram.

    Obra negra representa essa história complexa e sem fim. Por trás de desenhos e imagens como Juegos de infancia, La niña de las tachuelas ou Las chicas de acero se revela a desigualdade à qual as meninas nascidas em sociedades pobres, em conflito e baseadas no poder patriarcal são submetidas.

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