
Protesta de trabajadores, 1926
Tina Modotti
Itália
Por que a escolha?
A sensibilidade social e artística de Tina Modotti (1896-1942) fez dela uma líder revolucionária e pioneira do fotojornalismo dos anos 1920 no México, lugar onde consolidou a maior parte de seu trabalho fotográfico e sua luta pelos grupos sociais mais vulneráveis da sociedade. Nascida na Itália, emigrou aos 16 anos para os Estados Unidos, onde trabalhou como atriz de teatro e cinema mudo. Foi modelo de Edward Weston e mais tarde se tornou sua aprendiz de fotografia. Em 1923, atraída pelo movimento cultural da Cidade do México, integrou seu meio intelectual junto com personalidades como León Trotsky, Sergei Eisenstein, Frida Kahlo, Diego Rivera e José Clemente Orozco, que a contrataram para fotografar seus murais. Também inseriu-se plenamente na política revolucionária e desenvolveu a maior parte do seu trabalho fotográfico no país, dentro do que se convencionou chamar de período revolucionário da sua obra, em que fundiu a sua forma artística com conteúdos que retratavam a miséria e a injustiça social.
A imagem ritmada dos chapéus em Parada de Trabalhadores, as mãos trabalhadoras de mulheres e homens, a força feminina em seu duro cotidiano, expressam a dimensão social e humana que caracterizou grande parte de sua produção artística, que não é muito vasta, pois ela parou de tirar fotos quando foi expulsa do México em 1930, após ser acusada de conspirar no atentado contra o presidente Pascual Ortiz Rubio. Depois de deixar o México, decidiu continuar sua rebelião antifascista como membro da Socorro Vermelho Internacional na União Soviética e, posteriormente, contra o franquismo na Guerra Civil Espanhola. Em 1939 voltou para o México, onde morreu prematuramente.
Sua coragem para enfrentar os diversos sistemas opressores do fascismo não foi diferente da que teve para assumir sua vida à margem do imaginário social feminino, o que a tornou pioneira, não só como fotógrafa e revolucionária, mas como mulher de ideias libertárias ligada a eventos políticos e históricos fundamentais do século 20. Segundo sua biógrafa, Margaret Hooks, que credita a vida e obra da artista a ela mesma e não aos homens ilustres que a cercaram, Tina Modotti está à altura de mestres da fotografia como seu mentor Edward Weston, e também Imogen Cunningham e Man Ray.
Ficha técnica

Mujer de Tehuantepec con Jicapexle, 1929
