
Rapunzel, 2011-2014
Natalie Frank
Estados Unidos
Por que a escolha?
“Os contos de fadas me cativaram porque muitos começaram como histórias orais de mulheres que articulavam desejos e medos femininos”, diz Natalie Frank (1980). Em seus desenhos, a artista dá vida a heroínas de algumas dessas histórias mais ilustres, entre elas as dos Contos de Fadas dos Irmãos Grimm. Frank explica que os irmãos Grimm apagaram a autoria original das antigas narrativas orais de mulheres quando as transformaram em narrativas “poéticas”.
No desenho, na pintura e na cerâmica, Natalie Frank manifesta o seu interesse pelo gênero, pela sexualidade e pela violência, temas que abordou a partir das versões originais de histórias do século 19 que encontrou na edição de Jack Zipes, o primeiro a traduzir os Contos de Fadas dos Irmãos Grimm do alemão para o inglês. Essa edição, diz Frank, não era “higienizada”, como algumas edições posteriores nas quais o conteúdo violento foi eliminado. Na versão original, na qual Frank se baseou para fazer seus desenhos, há magia, assassinato, animais, canibalismo, violência exacerbada e sexualidade, e as mulheres assumem todos os tipos de papéis, e interpretam o mal e o divino.
Assim, Frank desenhou a força e o caráter sombrio dessas narrativas com cores vivas, abrangendo um grande número de histórias onde lobos, bruxas e princesas vivem com toda sua vulnerabilidade e força. Six Swans III, Brier Rose III, All Fur, Little Red Cap I, Cinderella II, The Ungrateful Son , Rapunzel Lettuce e Rapunzel são alguns dos títulos das histórias que desenhou e capturou em seu livro Tales of the Brothers Grimm. As imagens femininas são o centro da produção criativa da artista, e Rapunzel é o tipo de mulher que deseja projetar. Ela não quer mulheres tradicionais, nem mulheres dotadas de beleza e sensualidade pré-estabelecidas e Rapunzel é assim.
Ficha técnica

Six Swans III, 2011-2014
