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  • Resurrección, 1986

    Nelbia Romero

    Uruguai

    Por que a escolha?

    Nelbia Romero (1938-2015) utiliza o próprio corpo como meio de expressão e lugar de resistência contra a violência política, social, de gênero e histórica ocorrida no Uruguai.

    Romero, que inicialmente foi gravadora e ilustradora, passou a incorporar a fotografia, as instalações e as performances no quadro de uma perspectiva feminista que a levou a utilizar o corpo feminino como instrumento de dissidência. Sua rejeição ao massacre ocorrido no século 19 contra a população indígena, aos efeitos da ditadura militar e à violência contra as mulheres indígenas se refletiu em algumas de suas obras mais representativas. Em uma performance de dança contemporânea de sua instalação multidisciplinar intitulada Sal-si-puedes, título que se refere ao lugar onde o exército uruguaio massacrou o povo indígena charrua em 1831, Romero e um grupo de mulheres encenam os confrontos. Resurrección é a representação das marcas de suas experiências sob a ditadura. Trata-se de uma série de dez fotografias da imagem de Romero rasgando uma tela e tentando sair dela. Também em alusão à sobrevivência em tempos de ditadura, há a icônica serigrafia pertencente à série Ocultamientos, em que o rosto da artista aparece camuflado sob pinceladas de tinta preta e com um número em vermelho.

    Por fim, e como homenagem a uma etnia e a um gênero historicamente oprimidos, ela cria Homenaje a la mujer indígena, uma performance em que o corpo da artista aparece envolto em uma roupa tingida de vermelho sangue em uma pradaria aberta. O corpo de Romero abriga as marcas pessoais de suas experiências e de seu tempo, as de seu território, as dos povos indígenas e as de inúmeras mortes em um trabalho de construção de memória que busca preservar do esquecimento a violência contemporânea e a barbárie histórica.

    Ficha técnica

    Ocultamientos, 1983

    Sal-si-puedes, 1983

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