
Troyanas, 1984
Zilia Sánchez
Cuba
Por que a escolha?
O corpo, o erotismo e a força feminina constituem um tema central na obra de Zilia Sánchez, que afirma que a corporalidade é a forma natural de expressão da mulher. Sánchez nasceu em Havana em 1926, onde estudou e fez parte da vanguarda da Cuba pré-revolucionária. Depois de viver algum tempo na Espanha e em Nova York, em 1970 estabeleceu-se definitivamente em Porto Rico.
Artista multidisciplinar, já trabalhou com gravura, pintura e escultura. Começou a desenvolver suas telas escultóricas características em meados da década de 1960. Dentro de sua linguagem abstrata e minimalista, essas telas evocam o corpo da mulher e emanam o seu erotismo. Utilizando títulos que aludem a mulheres da mitologia antiga, Sánchez, além do erotismo, dota as mulheres de força e heroísmo. “Fiquei muito intrigada com a ideia dos exércitos femininos. Com a possibilidade de as mulheres terem criado o seu horizonte de força. Tiraram os seios para atirar melhor com o arco”, diz a artista, em alusão ao mito grego das Amazonas.
Assim, em seu trabalho intitulado Amazonas ela cria sequências visuais de formas como mamilos para evocar uma sociedade matriarcal em que mulheres guerreiras amputavam um seio para manusear melhor o arco e a flecha. O mesmo em Troyanas em que uma sequência de protuberâncias brancas, que parecem seios, produz uma linha imaginária de mulheres, aludindo à tragédia e à força coletiva das mulheres troianas após perderem suas terras. Antígona, símbolo de resistência contra a injustiça e a opressão, é outra de suas personagens mitológicas, neste caso representada em uma pintura tridimensional branca e cinza atravessada por uma linha vertical que divide a figura feminina em duas. As referências destes títulos ligam as obras de Sánchez às lutas heróicas que as mulheres enfrentaram em diversas sociedades. Dessa forma, além de captar a sexualidade e o prazer feminino, ela destaca sua força e poder.
Ficha técnica

Amazonas (de la serie Topologías eróticas), 1978
