
© Museo de Arte Moderno
Yo y yo, 1992
Nahum Zenil
México
Por que a escolha?
A autorrepresentação na obra de Nahum Zenil (1947) funciona como uma estrutura. Em suas imagens ele se casa consigo mesmo, tem filhos com seu rosto; representa objetos, órgãos e santos que são autorretratos.
A autorrepresentação na obra de Nahum Zenil (1947) funciona como uma estrutura. Em suas imagens ele se casa, tem filhos com seu rosto; representa objetos, órgãos e santos que são autorretratos.
Zenil, artista central nas reivindicações do coletivo LGBTQI+ no México, criou um universo visual no qual reinterpreta acontecimentos importantes do catolicismo ou da história mexicana a partir da perspectiva de um homem gay e latino-americano. Corporeidade, identidade sexual, família e erotismo se entrelaçam em sua produção procurando questionar os preceitos que sustentam a identidade nacional e sua estreita relação com a religião.
Em Yo y yo, ao representar-se casado consigo mesmo, expõe a marginalização das diversidades em uma sociedade fortemente religiosa; manifesta a exclusão e a limitação de seus direitos civis ao mesmo tempo em que problematiza os modelos masculinos impostos pelo patriarcado. No autorretrato, ele não só reafirma sua identidade, mas também questiona a heteronormatividade: se o vestido é o elemento característico atribuído ao gênero feminino, Zenil o utiliza como ferramenta para se fazer de travesti e apresentar novas formas de percepção de si mesmo. Da mesma forma, se o casamento é um acontecimento proibido para algumas pessoas, ele se representa como casado.
A repetição do seu autorretrato é a repetição da sua afirmação nas várias identidades rejeitadas pelo discurso nacional e religioso.
Ficha técnica
