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  • Brainwashed: Sex-Camera-Power, 2022

    Nina Menkes

    Estados Unidos

    Por que a escolha?

    Duas semanas após a divulgação das acusações contra o poderosíssimo produtor de cinema Harvey Weinstein, Nina Menkes escreveu The Visual Language of Oppression, um artigo desafiador no qual ela relaciona o abuso sexual sistemático na indústria do cinema à representação cinematográfica que relega a mulher a objeto do olhar masculino.

    Anos depois, Menkes amplia sua crítica em Brainwashed: Sex-Camera-Power, obra que flutua entre o ensaio, o documentário e a masterclass. Menkes formula seu filme como uma continuação do ensaio seminal de Laura Mulvey, Prazer Visual e Cinema Narrativo. Ela não só aponta para a violência simbólica que o cinema exerce sobre as mulheres, mas vai mais longe: revela como essa representação simbólica tem consequências materiais em uma estrutura de opressão. Menkes mostra que a forma como as mulheres são filmadas afeta diretamente a discriminação delas no trabalho e cria um ambiente que facilita o assédio e o abuso sexual nessa indústria. Em outras palavras, o abuso sexual no campo do cinema é a prática de uma ideologia constituída pelos filmes.

    Não só os roteiros são sexistas, por retratarem as mulheres como figuras decorativas, mas a forma em que elas são enquadradas perpetua as posições de poder. Aqui reside um salto qualitativo na obra de Menkes em relação ao trabalho de Mulvey: a questão do poder não é apenas temática, mas também formal e técnica. As técnicas cinematográficas criaram um apetite constante pelo corpo feminino, transformando a câmera em uma entidade depredadora.

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